No dia 1 de Julho, Espanha e Itália marcavam encontro no Estádio Olímpico de Kiev para determinar quem seria o vencedor do Euro 2012. Do lado dos italianos existia o sonho de vencerem o campeonato da Europa pela 2ª vez na sua história, quando por muitos, nem eram considerados favoritos à prova. Depositavam grande esperança no seu estilo de jogo diferente do habitual, que levou Cesare Prandelli a ser elogiado por muitos, e mais especificamente nas suas estrelas da prova, Andrea Pirlo e Mario Balotelli. Enquanto que os espanhóis ambicionavam repetir o feito de 2008 e entrar na história do futebol Mundial. Del Bosque, tinha bem sintetizado o seu estilo de jogo, mais uma vez, apostando num onze sem ponta de lança e podemos dizer, sem avançado. O treinador campeão da Europa em 2008, Luis Aragonés havia dito que necessitavam de uma referência no ataque para sairem vencedores, mas Del Bosque provou-lhe que o seu carrossel sabe trabalhar sem peças na frente.
Uma entrada forte ao estilo espanhol, com posse de bola e grande qualidade de passe, fazia prever o golo para breve. Os italianos estavam bastante desorganizados na defesa e não conseguiam seguir com o ataque controlado, procurando sempre Pirlo para tentar resolver o movimento atacante. Prandelli tinha dito que ia tentar travar a Espanha com a estratégia que Portugal utilizou, mas não conseguiu esse feito e aos 14m, David Silva cabeceia para o fundo das redes depois de uma excelente jogada de entendimento entre Iniesta e Fàbregas que passa em velocidade e com mestria por Chiellini e assiste Silva. Chiellini que acabaria por ser substituído por Balzaretti aos 21m devido a lesão. A tranquilidade espanhola mantém-se, quase nunca perdendo o controlo do jogo, e quando acontecia, Casillas mostrava o porquê de ser um dos melhores guarda-redes do Mundo. Ainda assim aos 41m, Xavi que vinha a ser criticado pela falta de eficiência nos seus passes perigosos, isola Jordi Alba e este frente a frente a Buffon, faz o 2º golo espanhol. O primeiro golo do defesa esquerdo, que deixou o sonho italiano a 45m de ser dizimado.
No segundo tempo, a Itália mexe e bem. Di Natale, o avançado desequilibrador, entra por Cassano e as oportunidades italianas repetem-se durante alguns minutos, mas sem eficácia para infortúnio dos seus adeptos. Previa-se uns bons 45m, mas o recém entrado Thiago Motta acabaria por se lesionar 4m depois de substituir Montolivo. Como Cesare Prandelli já tinha consumado as 3 substituições disponíveis, a Itália iria enfrentar o resto do jogo com 10 elementos. Infelicidade italiana, felicidade e facilidade espanhola para o restantes minutos de jogo. Del Bosque coloca em campo os Campeões Europeus pelo Chelsea, Fernando Torres e Juan Manuel Mata que viriam a sentenciar o jogo. Primeiro Torres faz o 3 – 0, desviando a bola de Gianluigi Buffon depois de Xavi fazer a segunda assistência para golo. E depois Mata aos 88m recebe a bola de Torres e consuma a goleada Espanhola à Squadra Azzurra.
A assistência de Torres que para muitos poderia ser só mais um passe para golo, acabaria por o premiar como melhor marcador da competição. Existiam 6 jogadores com 3 golos, e o primeiro critério de desempate seriam as assistências, mas apenas ele e Mario Gómez tinham assistido os seus colegas uma vez, requerendo assim o 3º critério que seria o tempo de jogo. Deste modo, Torres que foi utilizado menos tempo, sagrou-se o melhor marcador do Euro 2012 e repete o feito de marcar golos em finais europeias, tal como fez em 2008.
A Itália não conseguiu vencer o seu segundo campeonato da Europa, mostrando que são mais dotados para o Campeonato do Mundo, pois no seu Palmarés já contam com 4 troféus, enquanto que Campeonatos da Europa apenas têm 1.
La Roja entra na história do Futebol Mundial, conseguem ser Bicampeões da Europa e Campeões do Mundo no meio. Ou seja, garantem três vitórias seguidas em finais de competições de seleções. Para além deste novo record, igualam a Alemanha em títulos Europeus, ambas somam 3 no seu palmarés.
Esta Espanha está a ficar temível e quando parecia não estar tão forte como em anos anteriores, o seu futebol “menos excelente”, foi suficiente para vencer. Todas as seleções que irão estar presentes no Mundial 2014 no Brasil, vão ter como alvo a evitar, La Roja!
De referir que o árbitro Pedro Proença e a sua equipa, fizeram um fantástico trabalho e colocaram a bandeira lusa em mais uma final de uma grande competição. Depois de apitar a final da Liga dos Campeões, Pedro Proença vê agora o seu currículo receber o nome de outra prova importante.